ATA DA VIGÉSIMA NONA SESSÃO SOLENE DA SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEGUNDA LEGISLATURA, EM 27.08.1998.

 


Aos vinte e sete dias do mês de agosto do ano de mil novecentos e noventa e oito reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às dezenove horas e vinte e sete minutos, constatada a existência de “quorum”, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos da presente Sessão, destinada à entrega do Título Honorífico de Cidadão Emérito ao Senhor Moacir Milton Zaduchliver, nos termos do Projeto de Resolução nº 24/98 (Processo nº 1498/98), de autoria da Vereadora Anamaria Negroni. Compuseram a MESA: o Vereador Isaac Ainhorn, 2º Vice-Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; o Senhor Antonio Prado, representante do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre; o Senhor Moacir Milton Zaduchliver, Homenageado; a Senhora Rita Carmem Zaduchliver, esposa do Homenageado; a Vereadora Anamaria Negroni, na ocasião, Secretária “ad hoc”.  Ainda, como extensão da Mesa, foram registradas as presenças do Senhor Ricardo Malcon, Cônsul Honorário do Líbano; do Senhor Carlos Ribeiro; do Senhor José Becker, Diretor do Grupo Editorial dos Sinos; dos Jornalistas Décio Azevedo e César Krobs; do Senhor Samuel Burd, Presidente da Federação Israelita do Rio Grande do Sul; dos Senhores Maurício Zaduchliver, Jorge Zaduchliver, Homero Lopes Aita, Ana Luiza Aita, Nicolas Copsachilis, Márcia Zaduchliver, e de integrantes da “Confraria do Charuto”. A seguir, o Senhor Presidente convidou a todos para, em pé, ouvirem à execução do Hino Nacional, e, após, concedeu a palavra aos Vereadores que falariam em nome da Casa. A Vereadora Anamaria Negroni, em nome das Bancadas do PSDB, PTB, PDT e PPS, historiou fatos relativos à vida pessoal e profissional do Senhor Moacir Milton Zaduchliver, ressaltando a dedicação e o profissionalismo sempre demonstrados pelo Homenageado no exercício de suas atividades como médico cardiologista e empresário do setor de assistência médica privada. O Vereador Reginaldo Pujol, em nome da Bancada do PFL, ressaltou a justeza da presente solenidade, discorrendo a respeito dos vínculos de amizade pessoal que o unem ao Homenageado e destacando a importância do trabalho realizado pelo Senhor Moacir Milton Zaduchliver na área da cardiologia, bem como o seu pioneirismo na área de saúde particular em Porto Alegre. O Vereador João Dib, em nome das Bancadas do PPB e do PMDB, prestando sua homenagem ao Senhor Moacir Milton Zaduchliver, salientou o significado da concessão do Título Honorífico de Cidadão Emérito à Sua Senhoria, afirmando que “emérito é o cidadão insigne, é o cidadão que está acima do nível dos demais; portanto, é um cidadão com mais responsabilidade”. Em continuidade, o Senhor Presidente convidou a Vereadora Anamaria Negroni a proceder à entrega do Título Honorífico de Cidadão Emérito ao Senhor Moacir Milton Zaduchliver, concedendo a palavra ao Homenageado, que  agradeceu o Título recebido. Na oportunidade, o Senhor Presidente registrou a presença do Senhor Mauro Moura, Delegado Regional do Trabalho, e convidou a todos para coquetel a ser realizado na Avenida Cultural Clébio Sória, após o encerramento da presente solenidade. A seguir, o Senhor Presidente convidou os presentes para, em pé, ouvirem à execução do Hino Rio-Grandense, agradeceu a presença de todos e, nada mais havendo a tratar, declarou encerrados os trabalhos às vinte horas e dezesseis minutos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelo Vereador Isaac Ainhorn e secretariados pela Vereadora Anamaria Negroni, Secretária “ad hoc”. Do que eu, Anamaria Negroni, Secretária “ad hoc”, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada pelos Senhores 1º Secretário e Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Isaac Ainhorn): Damos por abertos os trabalhos da Sessão Solene destinada à entrega do título honorífico de Cidadão Emérito ao Sr. Moacir Milton Zaduchliver, nos termos do PR nº 24/98, por iniciativa da Vera. Anamaria Negroni.

Convidamos para compor a Mesa o Sr. Moacir Milton Zaduchliver, homenageado; Sra. Rita Carmem Zaduchliver, esposa do homenageado; Antonio Prado, representando o Sr. Prefeito Municipal. Registramos a presença da Vera. Anamaria Negroni e do Ver. João Antonio Dib.

Convidamos a todos os presentes para, em pé, ouvirmos o Hino Nacional.

 

(Executa-se o Hino Nacional.)

 

O SR. PRESIDENTE: Nesta Sessão Solene, de iniciativa da ilustre Vera. Anamaria Negroni, de concessão do título de Cidadão Emérito de Porto Alegre ao Dr. Moacir Milton Zaduchliver, quis o destino que eu tivesse a honra de presidi-la, fato que me emociona, pois sou seu amigo, com quem tenho vínculos há muitos anos, embora não muitos, mas naquela época a diferença de idade era consideravelmente grande, pois estávamos em gerações diferentes; hoje, estamos na mesma geração.

A Vera. Anamaria Negroni, autora do Projeto, está com a palavra pelas Bancadas do PSDB, PTB, PDT e pelo PPS.

 

A SRA. ANAMARIA NEGRONI: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Sra. Márcia e o esposo Sr. Nicolas, filha e genro do homenageado, netos, parentes, amigos, enfim, todas pessoas que vieram, aqui,  prestigiar e homenagear o nosso agraciado de hoje. Sr. Ricardo Malcon, Cônsul honorário do Líbano, que cumprimentando a você saúdo às demais autoridades, Sr. Paulo Alencastro e esposa, Presidente da Confraria do Charuto, em que nosso homenageado é membro, e Senhores da imprensa.

Eu acredito que, se fôssemos falar tudo o que deveríamos falar a respeito do porquê dessa nossa Sessão Solene de hoje, ficaríamos muito tempo aqui, pois o currículo do nosso homenageado é muito extenso. Vamos, então, falar um pouquinho daquilo que seria uma síntese do que o Sr. Moacir Milton Zaduchliver fez por Porto Alegre e fez por merecer esta homenagem. Hoje fui abordada pela imprensa e me perguntavam o porquê da homenagem. O Sr. Moacir Zaduchliver fez por merecer isso. Ele, em trinta e cinco anos como cardiologista, médico de medicina interna, medicina do trabalho e também pioneiro na sua maneira de fazer saúde, fez muito por Porto Alegre, gerou empregos, gerou renda e receita para o Município, não em um ano, mas em trinta e cinco anos, porque agora, no próximo primeiro de setembro, a Policlínica Central estará completando 35 anos.

Vossa Senhoria fez muito por Porto Alegre, por ter sido um homem de conduta exemplar dentro desta Cidade, um pai de família exemplar e um marido exemplar. Acredito que Porto Alegre, neste momento, através da Câmara de Vereadores, encontra-se aplaudindo, apoiando essa nossa iniciativa, tenho certeza disso. Os porto-alegrenses não teriam condições de homenagear uma pessoa com tão elevado grau de distinção, se não fôssemos nós, representantes do povo. A proposta foi desta Vereadora que vos fala neste momento, mas foi subscrita pelos trinta e três Vereadores da Casa, e isso é muito importante. Não é todo o dia que se consegue reunir, num documento, a subscrição dos trinta e três Vereadores.

Para nós, Vereadores desta Casa, é importante dizer que a democracia existe. Estamos vivendo um momento maravilhoso. Temos nove bancadas nesta Casa, e essas nove bancadas, de uma forma maravilhosa, sem pensar em partidos ou interesses pessoais, partidários, elas sucumbiram a esta nossa homenagem. Eu acredito que não só nós, Vereadores, representantes, mas todo porto-alegrense deve estar, neste momento, aplaudindo este título que está sendo lhe conferido.

Gostaria de dizer que o Dr. Zaduchliver, além de ter criado empregos, a Policlínica, como já foi colocado aqui, recebeu inúmeros prêmios dentro e fora de Porto Alegre, como placas, títulos honoríficos e levando, também, os conhecimentos de Medicina para os estudantes e para as pessoas fora do âmbito da nossa Capital como também para o exterior, pelo o que eu tenho conhecimento, através de um extenso currículo que eu deveria ter trazido, hoje, para mostrar aos Senhores.

O Dr. Zaduchliver merece este prêmio e eu me sinto privilegiada por ter sido a proponente deste Projeto.

O Senhor me desculpe, Dr. Zaduchliver, mas eu ofereço, também, uma parte deste mérito, porque eu sempre digo, como uma grande defensora dos direitos de igualdade da mulher, que ao lado de um grande homem, de um homem que está, neste momento, recebendo um título como este, está uma mulher brilhante, uma grande mãe, porque, se assim não fosse, não seria possível ter chegado aonde o Senhor chegou. Eu tenho certeza disso. Então, eu acredito que uma parcela é dela, como, também, das filhas que colaboram de uma forma bastante profissional. Eu as admirei muito, quando estive visitando a Policlínica Central, a convite da família. E, também, à Diretoria, aos colaboradores, aos funcionários, aos fornecedores, todas as pessoas que neste momento devem ser lembradas porque todas colaboraram com o seu sucesso. Esperamos, Dr. Zaduchliver, que neste momento de muita felicidade para nós, porto-alegrenses, que o Senhor não pare por aqui. O Senhor vai receber este título e ele vai servir como um estímulo para que continue fazendo com que o porto-alegrense tenha uma qualidade de vida melhor.

Acredito que todos nós estamos de parabéns neste momento. Dr. Zaduchliver, por favor, continue com o trabalho que tem feito aqui e que foi estendido à grande Porto Alegre, quem sabe levando ao interior do nosso Estado. Todos sabemos da dificuldade do nosso Governo Federal com relação à saúde pública. Realmente, tem sido muito difícil. Quem sabe expondo o seu trabalho para o interior do nosso Estado, quem sabe do nosso Brasil, pois esse é o caminho para uma saúde melhor, proporcionando ao povo brasileiro uma qualidade de vida que ele realmente merece. Parabéns, Dr. Zaduchliver. Peço a Deus que lhe proporcione muita saúde e também para a sua família. Continue conquistando mais espaços e dando à nossa Cidade tudo o que o Senhor tem oferecido. Desejo que tenhamos condições de fazer outras homenagens ao Senhor aqui na Câmara Municipal. Muito obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE: Registro a presença, como extensão da Mesa, do Dr. Ricardo Malcon, Cônsul Honorário do Líbano; Dr. Carlos Ribeiro; Sr. José Becker, Diretor do Grupo Editorial dos Sinos; Jornalistas Décio Azevedo e César Krobs; o Presidente da Federação Israelita do Rio Grande do Sul, primo do homenageado; duas pessoas que representam a continuidade de uma figura muito saudosa para todos nós -  o Dr. James Zaduchliver -  a presença do Maurício Zaduchliver e do Jorge Zaduchliver;  o Dr. Homero Lopes de Almeita Aita e sua esposa Ana Luiza Aita; Sr. Nicolas Copsachilis e sua esposa Márcia Zaduchliver. É com satisfação que registramos também a presença  maciça da Confraria do Charuto.

O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra, pela Bancada do PFL.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Ilustre Ver. Isaac Ainhorn, Vice-Presidente da Casa, respondendo pela Presidência, Srs. Vereadores, homenageado e esposa, convidados. (Saúda os demais integrantes da Mesa.)

Quero confessar que essa solenidade, de certa forma, me emociona e o Moacir sabe por quê. O  Moacir sabe que eu o conheci em Capão da Canoa e quem nos irmanou, ao longo do tempo, não está mais conosco. Evidentemente, que cogitei, quando da instalação dessa Sessão Solene, de transferir a incumbência de falar em nome do PFL à minha querida amiga Vera. Anamaria Negroni, que foi a feliz proponente desta homenagem que foi consagrada por todos os integrantes desta Casa. Então, Moacir, quero te pedir vênia para te tratar na intimidade, pois quem fala aqui, nesta hora, é o teu amigo “Ferrugem”, é o Henrique que nos irmanou e que me fez conhecer em ti mais do que essa figura de destaque na sociedade porto-alegrense, líder empreendedor que, inclusive, enfrenta e enfrentou com galhardia obstáculos até mesmo da incompreensão de alguns que teimavam em não ver a relevância e importância da atividade que iniciaste aqui, em Porto Alegre, com o teu irmão.

O nosso “Ferrugem” me fez ver em ti mais do que isso, mais do que o homem empreendedor, capaz, dinâmico, o homem que enfrenta dificuldades e as supera, o que, por si só, no meu entendimento, já justificaria amplamente a homenagem que a Casa te presta, porque temos que dar destaque aos vencedores, àqueles que acreditam no que fazem e se impõem pelo trabalho permanente e continuado e, sobretudo, ético e bem-direcionado. Mas eu saúdo, nesta hora, mais do que o vitorioso empreendedor, saúdo a esse enorme cidadão que esse coração e esse grande corpo escondem, esse coração largo, aberto, solidário, franco e, sobretudo, irmão.

Peço ao Moacir que me perdoe pelo meu discurso meio desengonçado, mas feito com emoção e com muito carinho. Tu sabes, melhor do que ninguém, que esta Casa toda está envolvida nesse rebuliço pré-eleitoral. O próprio Presidente dos trabalhos interrompe a sua jornada política para não abdicar do privilégio de conduzir esta Sessão Solene, que representa para ele um fato muito relevante, porque já presidiu a Casa, e hoje, faz questão de ser o Presidente dos trabalhos. Para todos nós, é uma honra muito grande poder saudar e consagrar este ato.

O meu querido amigo e companheiro de jornada, de longo tempo, o Ver. João Dib, está bravo comigo porque eu diligenciei na inversão da ordem das inscrições, dado que fomos todos surpreendidos com a convocação desta reunião para o dia de hoje. No clima pré-eleitoral que nos encontramos inseridos, nós tínhamos alguns compromissos e estamos procurando cumpri-los sem abrir mão deste privilégio de poder estar aqui te abraçando e te saudando. Quero saudar a ti, a tua esposa e aos teus familiares aqui presentes; quero cumprimentá-los todos. É um privilégio ter um chefe de família com as tuas qualidades pessoais, com as tuas qualidades morais e, sobretudo, uma pessoa tão sincera, tão amiga, tão leal e tão companheira.

É nessa dimensão que eu te enxergo. Eu até esqueço todos os qualificativos que te fazem ser respeitados na sociedade.

Eu quero te homenagear, nesta hora, e o faço em meu nome e no do meu irmão, que não está mais conosco, do velho Ferrugem, meu grande Moacir, o nosso companheiro de Capão, de Porto Alegre e de tantas horas. Porto Alegre fica muito engrandecida ao te ver incluído na galeria de Cidadão Emérito, Moacir Milton Zaduchliver, o nosso Moacir. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Dib está com a palavra em nome do PPB e PMDB.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa.) Tenho a satisfação de  falar  em nome dos  Vereadores  Pedro Américo Leal,  João Carlos Nedel, do PPB,  e dos Vereadores Fernando Záchia e Clênia Maranhão, do PMDB.

Caro homenageado, é muito bom nascer de uma família ilustre, mas muito  melhor é tornar-se ilustre. Quando a Casa do Povo de Porto Alegre outorga o título de Cidadão Emérito, no meu entendimento, outorga o maior título que a Casa confere. Alguns dizem que não, mas entendo assim, porque Emérito é o cidadão insigne, é o cidadão que está acima do nível dos demais, portanto é um cidadão com mais responsabilidades. Mas não se consegue ser um homem ilustre a não ser por esforço  próprio. Na  semana em que lembrarmos Getúlio Vargas, cito uma frase sua, escrita em letras douradas, na Prefeitura Municipal: “O trabalho é o maior fator de elevação da dignidade humana”. Esse título que está sendo recebido hoje é pelo trabalho. Eu  também devo dizer,  meu querido homenageado,  que ninguém trabalha sozinho, porque  sempre há dificuldades nos nossos caminhos, é preciso então que haja alguém que nos ampare, alguém que, nas horas mais difíceis, diga: “Siga, porque vai dar certo”. E aí vem a Rita, Ieda, Márcia e Ana Luiza e também os genros ajudam a construir clínicas para atender à comunidade e é claro que os netos, estes batem palmas sempre: “vovô é uma figura muito simpática e muito querida”. Nesta Casa do Povo de Porto Alegre há, ainda, o Conselho dos Cidadãos, onde os Cidadãos diplomados se reúnem e dão a sua contribuição.

Então, quando a Cidade outorga a alguém, médico, ilustre o título de Cidadão Emérito está dizendo a ele: “Doutor nós estamos esperando muito mais ainda do teu trabalho, da tua capacidade, da tua solidariedade e nós estamos esperando que a comunidade receba, também, junto contigo, os frutos do prêmio que hoje está sendo concedido.” A Câmara realmente o fez por unanimidade, como bem ressaltou a Vera. Anamaria Negroni, mas escolheu bem, foi uma coisa absolutamente correta e que nos dá muita satisfação. Só nos resta dizer a todos, saúde e paz! (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Nos gostaríamos neste momento de convidar a Vera. Anamaria Negroni para que fizesse solenemente a entrega do Diploma que  confere o título de Cidadão Emérito de Porto Alegre ao Dr. Moacir Milton Zaduchliver.

 

(Procede-se à entrega do Diploma.)

 

Gostaríamos também de fazer o registro da presença do Dr. Mauro Moura, Delegado Regional do Trabalho.

O Sr. Moacir Milton Zaduchliver está com a palavra.

 

O SR. MOACIR MILTON ZADUCHLIVER: (Saúda os componentes da Mesa e os demais presentes.) A subida e honrosa homenagem com que, caridosamente, me distinguem, premia uma obrigação minha como cidadão, como parte da minha cidadania, em meu modo de ver.

Mas, como fenômeno familiar, este seu humilde homenageado de hoje teve a maior dádiva divina. Teve três pais - o biológico, Maurício Zaduchliver honrado e conhecido cidadão deste pago, ex-Presidente do Sport Club Cruzeiro, imortalizado pelo inesquecível cronista Dinarte Armando, em seu comentário esportivo A Bola Murcha, na Rádio Farroupilha, e como nome de uma aprazível praça, no Bairro Nonoai, desta Cidade, por bondade desta Câmara. Morreu em 1950, junto com minha mãe e irmã, de quinze anos, no infausto acidente do Morro do Chapéu com o Constelation da Panair. Aos onze anos, órfão, fiquei filho de meu tio Elias e Clara Livschitz, ele comerciante, ela irmã de minha saudosa mãe, que nos acolheram, a mim e ao Jaime, meu irmão, bom médico, grande coração e o melhor amigo de seus amigos, companheiro e sócio em todos os empreendimentos, falecido há três anos. Nos adotaram. A mim, Elias, como pai operoso, me deu confiança e conhecimento de seu comércio na Casa Paulista de Móveis, que após mais de vinte anos na Dr. Flores, migrou para junto ao Cine Baltimore. Experiente e vivaz foi meu professor, e amigo amantíssimo, em relações comerciais. Sua mulher - Tia Clara - mãe extremosa e gentil - poço de sabedoria empírica - a melhor na ciência de viver.

Minha mulher, a sábia mãezona Rita me deu, ou trouxe consigo, o melhor dos dotes: o amor e a amizade de S. Berg, alemão gaúcho, com a sabedoria de um mago, que vislumbrou, em São Paulo, a Medicina de Grupo junto à Estrela, de que representante no Sul, e me encaminhou e orientou para a árdua tarefa de ser o pioneiro da Assistência Médica Social Privada no Sul deste País pela fundação da Policlínica Central Ltda., há trinta e cinco anos em Porto Alegre, que hoje emprega mais de quatrocentas pessoas e presta seiscentos mil atendimentos por ano à nossa comunidade.

Ser Médico, se Cardiologista, ser Médico do Trabalho, ser pioneiro no Estado na Medicina de Grupo e participar da criação de todas as entidades regionais, nacionais e latino-americanas no Setor como:

ABRAMGE – Associação Brasileira de Medicina de Grupo;

SINAMGE – Sindicato Nacional das Empresas de Medicina de Grupo;

SINOG – Sindicato Nacional das Empresas de Odontologia de Grupo;

CONAMGE – Conselho Nacional das Empresas de Medicina de Grupo;

ABRAMGE SUL – Associação Brasileira de Medicina de Grupo no Estado do Rio Grande do Sul;

ALAMI – Associação Latino-Americana de Medicina Integral – Planos Privados de Saúde.

Foi uma tarefa que só se tornou possível pelo valor pessoal e a paciência de de minha mulher e companheira Rita Carmen, cuja inteligência e trato me garantiram a base impulsionadora de meus desígnios.

Minhas filhas, Ana Luiza e Márcia Ieda com seus maridos Homero e Nicolas, meus colegas de trabalho, meus amigos, nossos clientes e a minha imodesta maior virtude - gostar de gente - me deram a força e o impulso suficiente e necessário para me permitir a retaguarda propulsora em minhas tarefas.

Embasado pela seriedade de homens da imprensa e da ARI, desfizemos todos os nós de sobrevivência e prospeção e hoje aqui estamos, humildes, agradecidos pela distinção com que distinguem a quem nada mais fez do que ser cidadão pleno e como tal Vossas Excelências disseram “Emérito”.

Obrigado, sou só um cidadão pleno, maior com sua honraria, pequeno com os desafios que toda a sociedade de minha Cidade e meu País terá que enfrentar, para fazer do Brasil um País de Primeiro Mundo.

Obrigado a todos por nada, estou somente tentando exercer plenamente a minha cidadania e assim poder inspirar meus netos Arthur e Carolina a seguir os passos de seu Opa. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O discurso do Moacir, evidentemente, nos marcou e emocionou a todos. Para quem conhece a sua história, sua vida, lembrou, inclusive, de algumas cenas e momentos em que eu era menino de calças curtas no Bom Fim e ele já era moço feito.

Antes de passarmos à fase final desta Sessão, nós gostaríamos de avisar a todos os convidados que, logo após o encerramento desta Sessão Solene, esta Casa e os nossos homenageados receberão a todos no coquetel no lado fronteiro do Plenário, neste mesmo andar.

Nós, neste momento, convidamos a todos para ouvirmos, em pé, o Hino Rio-Grandense.

 

(É executado o Hino  Rio-Grandense.)

 

(Encerra-se a Sessão às 20h16min.)

 

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